segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Primeira Expedição - Porto Alegre - Chuí

Expedição Porto Alegre – Chuí (20 a 23 de fevereiro de 2009)
Trecho: Porto Alegre - Tavares (250 Km) 95 km asfalto / 155 offroad (+++)

Saimos de Porto Alegre em direção ao Balneário Pinhal (Via RS 040) distância aproximada de 95 km. A estrada possui alguns pardais com velocidade máxima de 60 Km/h e um pedágio na localidade de Águas Claras, município de Viamão. Quem não desejar ir pela beira da praia até Mostardas ou Tavares pode pegar a BR101 em Capivari do Sul em direção a Palmares do Sul. Em Capivari do Sul existe na própria RS 040, um túnel formado por eucaliptos plantados na margem da rodovia, formando um efeito visual bastante interessante, o “famoso” túnel verde. Após chegar a Pinhal siga até o balneário de Quintão, a partir dessa praia pode pegar o litoral na direção sul acompanhando a orla. Em dias de ressaca do mar não é aconselhável seguir pela praia.

Como a maioria das vezes a praia apresenta boas condições de trafegabilidade é comum abusar da velocidade. No entanto, deve-se ter cuidado com os riachos que deságuam no mar, formando degraus de até um metro de altura. Outra dica é evitar as inúmeras tábuas com pregos que o mar joga na areia. Uma vez, tivemos o pneu (Firestone ATX) de uma Toyota Bandeirante furado por um, pasmem, esporão de bagre.Mesmo que em determinados momentos a paisagem fica repetitiva, existem várias coisas para ver, além dos faróis, a costa gaúcha apresenta uma fauna bem diversa e única comparada a praias mais tropicais. Em que outro lugar do Brasil você poderá ver lobos e leões marinhos, pinguins, tartarugas de couro criadas a toddy, além do balé de aves migratórias como as batuíras. Mais uma particularidade, mesmo no verão é uma região bastante deserta (litoral sul).

Chegado a barra da lagoa do Peixe, dependendo a circunstância tem que se tomar uma decisão: (1) na época (verão seco) dessa expedição a barra estava fechada permitindo a passagem, como se não existisse; (2) caso esteja aberta, dá para cruzar por dentro da lagoa, eu disse por dentro da lagoa e não pela barra, pois é profunda. A lagoa do Peixe não passa de 70 cm de profundidade. Devido a essa profundidade apresenta características propícias a proliferação de organismos que são a base alimentar de diversos animais, principalmente aves. Para cruzar a lagoa deve-se seguir por taquaras (bambus) demarcando o caminho, desviando das colônias de caranguejos. É aconselhável fazer contato com os pescadores que moram nas proximidades para saber das condições e se a passagem esta autorizada pelo IBAMA; (3) caso contrário deve-se voltar uns 20 km até o balneário de Mostardas para seguir a cidade.
É possível cruzar a lagoa em direção a Tavares, foi o nosso caso. A travessia parecia muito fácil, se não fosse cairmos em uma toca de caranguejos (muitas tocas) fazendo a Defender afundar na lama. Após uma hora saímos e rumamos a Tavares.

Em Tavares existe uma pousada honesta (e modesta) sendo o único local possível de ficar na cidadezinha. As outras opções são péssimas. O problema ocorre quando a posada lota é aconselhável reservar antes. Caso isso ocorra a sugestão é voltar por asfalto até Mostardas (20km) onde existe mais opções.


Trecho: Tavares - Rio Grande 130 Km Offroad (++)
Saindo de Tavares pode-se optar por conhecer a costa da lagoa dos Patos, a sugestão aqui é o farol Cristovão Pereira, que sinaliza a navegação da lagoa. Após pode-se voltar para praia novamente pela barra ou seguir pela BR101 até São José do Norte.

Na época entre setembro e outubro se tiver sorte podem-se avistar baleias-franca migrando para águas mais quentes. Além é claro dos leões-marinhos e botos que circundam os molhes da Lagoa dos Patos. São José do Norte (sim no RS também tem cidades com norte no nome) é uma cidade histórica, pelo menos tem cara. Também tem somente uma opção de hotel e um camping. Para cruzar até a cidade de Rio Grande tem que atravessar de balsa, belo passeio. Só fique esperto nos horários, principalmente no último.

Rio Grande, primeira capital do estado, possui um super-porto e a maior praia do mundo (mais de 300 km até a Barra do Chuí). Tem bastante coisa para fazer em nesta cidade, dicas: museu oceanográfico da FURG; ilha dos marinheiros, com colonização açoriana, não deixe de provar a jurupiga, licor que lembra o vinho do Porto, vendido na ilha; os molhes da barra; balneário do Cassino.
Dica de hospedagem: Hotel Villa Moura no Cassino. Não é muito barato, mas o atendimento e as acomodações são os melhores da região (melhor custo x benefício).
Trecho: Rio Grande – Chuí 242 km - asfalto
Decidimos irmos ao Chuí por asfalto, saída pela BR-392 e na localidade da Quinta pegar a BR-471, abasteça, pois o próximo posto é a uns 150 km. A parada obrigatória é na vila do Taim, seis km antes da Estação ecológica (ESEC). Ao chegar no vilarejo deve-se dobrar a direita para sair na praia da lagoa Mirim. A paisagem é incrível e inesperada, apresenta falésias e praia com areia branquinha a lagoa é tão larga que não é possível ver o outro lado, parecendo um mar.

Ao chegar à ESEC do Taim prepare a máquina fotográfica e o binóculo, pois o pantanal do sul tem muitas atrações animais. São jacarés e capivaras tomando banho de sol, e muita diversidade de aves. Mas não corra, pois corre o risco de atropelar algum animal ou tomar uma multa em um pardal instalado na área.
As opções de almoço são poucas ou nulas, somente em Santa Vitória do Palmar pode-se encontrar um restaurante de qualidade. As opções de hospedagem em Sta. Vitória do Palmar são ruins, mas é uma opção, quando os hotéis do Chuí estão lotados. A Melhor opção é o hotel Bertelli (na BR471- Chuí), é pelo menos o mais caro, mas a qualidade deixa a desejar. Nossa escolha foi por acampar na praia da barra do Chuí, em um camping de uruguaios. Alias, a barra do Chuí o ponto mais meridional do Brasil pertence a Sta. Vitória e não ao Chuí. Outro local interessante é o balneário do Hermenegildo, local que na década de 70 sofreu com a maré vermelha, uma super-proliferação de algas tóxicas que matou vários animais.
O Chuy (uruguaio) possui vários free-shops e restaurantes típicos. Uma boa pedida é um armazém de queijos que fica em uma rua transversal a principal. Os cassinos não parecem ser grande coisa.
Trecho: Chuí – Porto Alegre – 518 km (asfalto)

Nosso retorno, regado a alfajores argentino, foi puxado. Aconselho quem faça esse trecho que divida em dois dias. A margem oeste da lagoa dos Patos apresentam diversas opções de paradas, com destaque para São Lourenço do Sul, Arambaré e Tapes. A BR-116 entre Pelotas e PoA tem uns 4 ou 5 pedágios, quase um assalto.

domingo, 2 de agosto de 2009

Primeiros Passos

Primeiro passo após adquirir minha Defender SW 110, foi fazer uma revisão geral. Isso foi feito na oficina Adam 4x4 (Porto Alegre). Ela estava com o tradicional problema de desgaste no semi-eixo traseiro, que foram substituídos. Além disso, foram trocados os óleos do motor, caixa de cambio, diferencial, filtro de óleo, combustível e ar, líquido de arrefecimento, correia dentada e esticadores. Isso tudo por incríveis R$ 4000,00. Quase enfartei.
Meu veículo veio sem o sensor de velocidade, isso causa uma grande insegurança, até mesmo prejuízo, pois fui multado por excesso de velocidade. Como não tinha a dica de importar as peças de lojas inglesas, acabei morrendo na mão de um “quebra-chave”, que fez uma gambiarra. Foi instalado um sensor de gol (WV) que possuía o número de pulsos diferente da Defender. Ele marcava 4 enquanto a Defender 6, essa foi o que eu deduzi. Para corrigir conectou-se um aparelho chamado Divimult (que corrige os pulsos). Apesar da gambiarra com o divimult a velocidade ficou muito fiel.
Em seguida, foram substituídos os pneus. Além de estarem desgastados era do tamanho errado (menores que os originais). Optei pelos BF Gooderich All Terrain 16 265/75, são pneus normalmente mais duros que os Goodyear, mas tem uma longevidade maior, existem relatos que eles duram até 100.000 km.
A LR não recomenda o rodízio dos pneus, pois o desgaste que ocorre no jogo da frente é maior. Então ao trocar de posição eles podem comprometer a estabilidade do veículo. Na minha opinião, isso não se torna um problema se os rodízios forem próximos, entre 5.000 e 10.000 km.

sábado, 1 de agosto de 2009

Início

No final do ano passado (2008) decidi que iria comprar um veículo utilitário. No entanto, achava que uma Land Rover Defender era fora do meu orçamento. Minha surpresa foi quando comecei a fazer consultas pela internet. Era possível! Um dos fatores que me fez decidir por esse carro, foi a pouca mudança de modelos. Diferente de outras camionetes que mudam a cada dois anos, a Defender sofreu pouquíssimas modificações ao longo dos anos. Além é claro de ser uma lenda e ter muito estilo.
Bom, minha busca durou aproximadamente um mês, pouco, comparada a outros proprietários. Era um sábado, achei um anúncio de uma revenda aqui de Porto Alegre. O Fato de ser uma loja era até positivo, pois aceitaria meu carro como entrada.
No Domingo mesmo fui verificar:
  • Land Rover Defender 110 SW (1999) Montada no Brasil.
  • Cor: azul metálico, teto branco.
  • Motor: 300Tdi Maxion Turbo Diesel com Intercooler com 115cv (175000Km)
  • Direção: hidráulica
  • Rodas: Roda liga-leve Tropico Mangels aro 16x8
  • Acessórios externos: Quebra-mato, suporte para guincho, escada traseira, snorkel safári, protetores de sinaleira, engate reboque.
  • Acessórios internos: Película veicular, A/C dianteiro e traseiro.

Ela tinha sido comprada em um leilão em Curitiba, pelo proprietário da revenda. Ele me relatou que foi retomada pelo banco por falta de pagamento e levada a leilão. Apesar de quase 10 anos, o veículo estava bem conservado. O chassis não tem nenhuma marca de corrosão, a lataria e motor, ok.
Dois dias depois já estava na minha garagem.